Que a neve caia,
a bruma desça,
o mar congele
ou a Terra entre em convulsão.
Exponha‑se —
pelo, poema e pele,
febre, suor e combustão.
Ao ler Flora, vai-se de um fôlego só até o fim do livro.
Uma página puxa a outra e as surpresas se sucedem, mansas ou revoltas.
A autora reafirma nesta obra que a vida é total oscilação. Por isso, os poemas desrespeitam uma ordem pré-estabelecida.
"Como determinar capítulos, se todo dia é feito de inconstância? Gosto de ondular junto e liberar meu coração para se desorganizar."
Flora conhece o delicado caminho das emoções e o ponto de encontro com a alma do leitor.
Prestigiada por autores como Loyola Brandão, Caio Fernando Abreu, Álvaro Alves de Faria, Josué Montello, o estilo de Flora tem evidente musicalidade, percebida por Ivan Lins, Natan Marques, Aylton Escobar, que se tornaram seus parceiros.
O poeta Olavo Drummond escreveu que "o verso de Flora flui docemente, como se sua alma molhasse o papel".
É nesse desaguar de sentimentos que Flora nos envolve com sua inquietação, irreverência, ternura e graça.