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Psicanálise sem Édipo?

Psicanálise sem Édipo?

Sinopse

Em Psicanálise sem Édipo?, Philippe Van Haute e Thomas Geyskens partem dos estudos de Freud e de Lacan sobre a histeria a fim de defender duas teses maiores. Primeiro, trata-se de se perguntar sobre o que existe na latência da teoria freudiana da sexualidade, para além da insistência no caráter normativo de modelos de socialização do desejo baseados na estrutura de conflitos própria ao complexo de Édipo. Essa latência indica a possibilidade de uma peculiar "psicanálise sem Édipo", a saber, uma psicanálise mais capaz de lidar com a polimorfia da sexualidade humana. Nesse sentido, os esforços de Van Haute e de Geyskens se inscrevem em uma elaboração psicanalítica original do impacto da crítica do familiarismo, tal como desenvolvido em um importante setor da filosofia contemporânea, como podemos ver, por exemplo, em Foucault e em Deleuze e Guattari. No entanto, o verdadeiro objetivo se desvela mais à frente, explicitando-se no último capítulo deste impressionante livro. Trata-se da defesa de uma antropologia filosófica baseada naquilo que os autores entendem por "patoanalítica". Abandonando o esquema tradicional de compreensão das relações entre normalidade e patologia, na qual uma antropologia normativa encontra expressão perfeita em um conceito de normalidade que servirá de orientação para as múltiplas modalidades de intervenção clínica, Van Haute e Geyskens procuram inverter esse sistema de valores. Dessa forma, as patologias se demonstram indissociáveis das formas de expressão da antropologia. Como dizia Lacan, não há sujeito sem sintoma. Da mesma forma, não há antropologia, não há reflexão sobre a natureza humana sem pathos.