Como nos velhos livros policiais de papel vagabundo, a quem Charles Bukowski dedica "Pulp", não há como sair incólume desta história. A saga de Nick Belane poderia até ser igual a de tantos outros detetives de segunda categoria que perambulam pelas largas ruas de Los Angeles. Mas aqui, mulheres inacreditáveis cruzam pernas compridas e falam aos sussurros, e o estilo único do autor prende o leitor tanto quanto os mistérios do enredo. Eis, enfim, um Bukowski puro-sangue, concluído alguns meses antes da morte do autor, em março de 1994, aos 73 anos.